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Exercícios ajudam a regular o hormônio da fome no organismo

31 DE JULHO DE 2023
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Um estudo inovador, publicado na revista Medicine & Science in Sports & Exercise em 2020, trouxe novas perspectivas sobre a relação entre exercícios físicos e o hormônio da fome, a leptina. A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade de Kentucky, investigou como homens e mulheres com sobrepeso compensam a energia gasta durante 12 semanas de exercícios aeróbicos. Os resultados revelaram a importância da leptina no sucesso da perda de peso por meio da atividade física.

 

A leptina, produzida principalmente pelas células gordurosas do corpo, tem um papel crucial no controle da ingestão alimentar e do gasto energético. Em grego, "leptos" significa magro, e esse hormônio age no sistema nervoso central, promovendo a redução da ingestão de alimentos e o aumento do gasto energético. Sua deficiência genética em animais e seres humanos costuma levar a quadros de hiperfagia e, consequentemente, obesidade severa.

 

O estudo demonstrou que a sensibilidade à leptina aumenta com a prática regular de exercícios físicos. Os participantes que se exercitaram por 300 minutos por semana perderam mais peso do que aqueles que praticaram apenas 90 minutos por semana. Surpreendentemente, ambos os grupos apresentaram um aumento compensatório na ingestão calórica, por volta de 1000 kcal/semana, mas o grupo com maior sensibilidade à leptina mostrou uma menor compensação calórica.

 

O médico do esporte Filipe Cortez, em entrevista ao site ge.globo.com enfatiza que, embora exercícios isoladamente resultem em perdas de peso discretas, a intervenção alimentar também é fundamental. Estudos mostram que o exercício físico pode estimular o apetite, devido a alterações neuro-hormonais que reduzem os níveis de leptina e aumentam a produção de grelina, hormônio relacionado ao aumento do apetite.

 

Contudo, os resultados da pesquisa sugerem que níveis mais baixos de leptina estão associados a menos comportamentos compensatórios na alimentação, possivelmente porque o exercício aumenta a sensibilidade à leptina, reduzindo a necessidade de quantidades maiores desse hormônio para promover saciedade.

 

Também, em entrevista ao site ge.globo, Ricardo Oliveira, endocrinologista, sugere que existe um limite superior de exercícios além do qual o aumento da ingestão calórica compensatória pode ser menos pronunciado. Além disso, atividade física crônica pode levar a uma melhor regulação do sistema de recompensa alimentar.

 

Em resumo, a realização de atividade física e a perda de peso, ambos, desencadeiam mecanismos compensatórios. Nesse sentido, uma combinação entre exercícios regulares e controle dietético é essencial no tratamento de sobrepeso/obesidade. Vale destacar que a prática de atividades físicas oferece diversos benefícios para a saúde, indo além da perda de peso, e deve ser incentivada pelos profissionais da área médica.

 

Portanto, fica claro que exercícios físicos são importantes aliados para regular o hormônio da fome, a leptina, promovendo uma jornada de emagrecimento eficaz e saudável.

 

Fonte: gle.globo.com